Barriga de aluguel

"E disseram a Moisés: ‘Fala tu conosco, e ouviremos. Mas não fale Deus conosco, para que não morramos’. Respondeu Moisés ao povo: ‘Não temais, Deus veio para vos provar, e para que Seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis’. O povo permaneceu em pé de longe, enquanto Moisés se chegou às densas e escuras nuvens, onde Deus estava."

Êxodo 20:19-21

Ora, tempos remotos que pensava eu que jamais voltaria a uma geração tão privilegiada em informações das mais variadas e inimagináveis aos recursos literários dos mais abrangentes possíveis para o conhecimento sólido do buscador do saber e conhecer das coisas divinas do Deus único e eterno!

 

Tempos estes onde um povo escolhido e marcado para ser abençoado pela comunhão plena com o Deus todo poderoso nos tempos de Moisés, preferiu abrir mão de uma aliança particular com o Pai de toda criação, para colocar um porta voz humano à frente deles para então este falar com Deus e passar para todos aquilo que o Senhor a contento desejasse dizer e revelar a eles; quando Deus em verdade sempre desejou no dia a dia falar com todos aqueles que O amassem como Pai eterno sem nenhuma distinção, discriminação ou escolha por graus de espiritualidade impressionantes, pois, aliás, quem poderia ou pode impressionar um Deus tão soberano em toda sabedoria e onisciência insondável?

 

Toda uma geração fez, unanimemente, a escolha mais absurda e inconcebível de se acreditar: trocar a voz direta de Deus por uma voz humana falível, vulnerável e, sem sombra de dúvidas, jamais comparada à voz autêntica, verdadeira e poderosa do próprio autor da voz, o então chamado pelos hebreus de "Yahweh", o Jeová na nossa linguagem portuguesa, que se traduz em "Deus".

 

Era então a contratação do "barriga de aluguel", onde você, Moisés, coma da palavra de Deus com todo paladar que ela lhe prouver e quando terminar de se alimentar diretamente "Dele", você vem e nos repassa aquilo que de melhor precisamos receber para continuar a sobrevivermos sonhando com nossa vida em crescente vitória em todas as esferas e sentidos existentes abaixo dos céus, ok Moisés?!

Resolveram alugar a barriga de Moisés: ‘Você recebe, paga o preço pelo alimento que Ele te dará, guarda bem cuidado em seu ventre tudo de precioso que Dele receber para que nada desastroso venha acontecer no percurso entre sua alimentação e comunhão com o Deus eterno até chegar a nós e, assim, ao revermos você, Moisés, no lugar marcado para compartilhar conosco o que também cremos que é nosso por direito, por sermos filhos do mesmo Pai, venhamos desfrutar do fruto que o preço pago ficou a seu cargo e responsabilidade’.

 

Barriga de aluguel; alguém come, porém outro recebe as proteínas e todos os benefícios que uma boa alimentação traz à quem a digere em sua mais alta gastronomia divinamente falando.

 

Barriga de aluguel; o pastor, as irmãs das incansáveis orações e os intercessores dos constantes clamores em favor de um povo buscam e outros, em sua maioria, apenas desfrutam.

 

Barriga de aluguel; alguém se mantem inerte, mórbido, acomodado, enquanto alguém come divinamente de Deus, da Sua palavra e intimidade até se encher da graça para alguém vir e sugar aquilo que não se sentou para degustar e apreciar valorosamente diante da mesa farta chamada de "comunhão eterna e imprescindível com a Santíssima Trindade".

 

Quantos vivem de barrigas de aluguel nesta geração? Quantos apenas vivem desfrutando de tudo aquilo que alguém alimentou no culto glorioso de sua igreja? Quantos só vivem querendo saber o que foi que o pregador pregou, qual foi o seu sermão e o que trouxe você para mim de melhor deste banquete, para que eu também possa fazer passar minha fome, mesmo não tendo eu dado o meu tempo para sentar à mesa Santíssima da Trindade celestial?